O senador Renan Calheiros (MDB-AL) ocupará o cargo de relator — considerado como mais importante — da CPI da Covid, que investigará as ações e omissões do governo federal na pandemia. O outro cotado para a vaga, o senador Eduardo Braga (MDB-AM), recuou e anunciou apoio a Calheiros na manhã desta sexta-feira (16).
No cargo, Renan terá grande poder de influência nos desdobramentos das investigações. É ele quem produzirá o texto final com a conclusão da CPI. Já o senador Omar Aziz (PSD-AM) será o presidente da comissão. Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que é autor do requerimento de investigação, será o vice-presidente. Os nomes serão oficializados na próxima semana.
Especialistas ouvidos pelo Correio apontam que a escolha de Calheiros é o pior cenário possível para o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Isso porque o senador é um grande crítico do governo. Além disso, os parlamentares em posição de destaque na CPI são de oposição ou têm perfil independente .
Enquanto membros da Comissão Parlamentar de Inquérito, os senadores terão poderes parecidos aos do Judiciário, podendo convocar testemunhas para depor e ordenar quebras de sigilo fiscal e telefônico. É provável que nomes como Luiz Henrique Mandetta, ministro da Saúde quando a pandemia começou e possível concorrente de Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2022, sejam chamados a depor.
Veja o nome dos senadores indicados para compor a CPI.
- Renan Calheiros (MDB-AL)
- Eduardo Braga (MDB-AM)
- Randolfe Rodrigues (Rede-AP)
- Humberto Costa (PT-PE)
- Otto Alencar (PSD-BA)
- Omar Aziz (PSD-AM)
- Tasso Jereissati (PSDB-CE)
- Ciro Nogueira (PP-PI)
- Eduardo Girão (Podemos-CE)
- Marcos Rogério (DEM-RO)