Essa pergunta eu dirijo especialmente às pessoas que ainda insistem em brincar com essa doença. Mesmo depois de mais de um ano. Mesmo depois de mais de 400 mil mortes no Brasil, ainda há seres humanos capazes de irem às ruas, aglomerar e praticar um suicídio indireto. Quando não se suicidam, contraindo a covid-19 por puro desleixo, matam aqueles que vivem próximos, levando esse mal para dentro de casa.
Essa semana, infelizmente, mais dois amigos entraram para essa lista perversa. Um foi Cleirton José Ventura dos Santos, de apenas 47 anos, estava como diretor da 17ª Ciretran da cidade de Piancó. Aos fins de semana, antes da pandemia, costumava nos alegrar com suas visitas. Também nos recebia com muito apreço em sua casa.
No fim de semana foi a vez do também inestimável e de uma alegria contagiante, o jornalista Eduardo Carneiro, nos deixar, partir para “o outro lado do caminho”. Depois de lutar bravamente contra a doença, ele foi ser luz num lugar muito mais especial que o Plano Terrestre, onde não existe dor, sofrimento e nem egoísmo.
São dois nomes só para resumir a semana. Mas, a lista é muito maior… infinitamente maior, porque ela também está cheia de nomes desconhecidos para mim, porém conhecidos e amados por tantos irmãos espalhados pelo país, que agora choram e lamentam a dor da separação da carne.
E o mais terrível nessa história toda de pandemia é saber que ainda há milhares, talvez milhões, que não se comovem com o fato de tantas pessoas estarem deixando suas famílias de luto. Que zombam da vacina e questionam sua eficácia, que se acham no direito de entrar e sair dos lugares sem usar máscara, um item básico nos cuidados contra o contágio.
Ainda há pessoas, que orientadas por políticos alienados e alienáveis, aglomeram, debocham, desafiam a doença e a disseminam por todos os lugares.
A esses, meu mais profundo sentimento de repúdio. Às famílias enlutados, meu mais sincero pêsames.
FONTE: 83