Visivelmente irritado, o presidente Jair Bolsonaro agrediu verbalmente uma repórter da TV Vanguarda, afiliada da Globo em São Paulo, atacou a emissora e também criticou a CNN. As declarações foram feitas nesta segunda-feira (21), em Guaratinguetá, no interior paulista, onde o presidente participou de uma formatura de sargentos da Marinha.

O presidente se irritou ao ser questionado pela repórter sobre a multa que recebeu do governo de São Paulo por participar de uma motociata sem máscara de proteção facial no dia 12 de junho. Na hora de responder, Bolsonaro retirou sua máscara e chamou a jornalista de "canalha", fazendo também ataques à Rede Globo.

“Estou sem máscara em Guaratinguetá, tá feliz agora? Essa Globo é uma merda de imprensa. Vocês são uma porcaria de imprensa. Cala a boca. Vocês são uns canalhas. Vocês fazem um jornalismo canalha, canalha, que não ajuda em nada. Vocês não ajudam em nada, vocês destroem a família brasileira, destroem a religião brasileira, vocês não prestam. A Rede Globo não presta, é um péssimo órgão de informação”, declarou depois de participar da formatura de sargentos em Guaratinguetá, no interior de São Paulo.

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O presidente também criticou a Rede CNN pelo tom usado na cobertura das manifestações contra ele no fim de semana, que levaram milhares de pessoas às ruas das capitais e outras cidades do país. Bolsonaro também criticou novamente a Globo por não dar atenção ao tratamento precoce da Covid-19 e ao uso de medicamentos sem eficácia comprovada, como a hidroxicloroquina e ivermectina.

“Eu chego como eu quiser, onde eu quiser, tá certo? Eu cuido da minha vida! Se você não quiser usar máscara, você não usa. Agora, tudo o que eu falei, infelizmente para vocês, deu certo: tratamento precoce salvou a minha vida, mais 200 pessoas no meu prédio, muitos jornalistas falam reservadamente que usaram hidroxicloroquina, que usaram ivermectiva, por que vocês não admitem isso?”, disse.

Questionado sobre as 500 mil mortes causadas pelo novo coronavírus, Bolsonaro afirmou que "lamenta muito".

“Lamentos todos os óbitos, lamento muito. Qualquer óbito é uma dor na família. O governo federal teve coragem de falar em tratamento precoce”, disse. Ele também afirmou que é a "prova viva" de que o tratamento precoce contra a Covid-19 funciona. No entanto, especialistas afirmam que não há comprovações de que os medicamentos mencionados pelo presidente sejam eficazes para combater a Covid-19.