O ex-candidato à Presidência da República Padre Kelmon (PTB) foi desligado da Igreja Ortodoxa do Peru no Brasil. A decisão foi comunicada pela Instituição em nota publicada no Facebook, assinada na última quinta-feira. Nesta segunda-feira, Kelmon afirmou que a atitude de deixar a entidade partiu dele. O integrante do PTB divulgou um pedido de incardinação que teria feito à Igreja Ortodoxa Grega da América e Exterior. A carta data da última sexta-feira, dia em que a antiga igreja do ex-postulante compartilhou o comunicado.
“Decidimos cancelar a Provisão 0025/21 conferida ao Padre Kelmon Luis da Silva. Também informamos que decidimos desencardinar do clero. Dessa forma, o mesmo fica proibido de ministrar os sacramentos e de falar em nome da Igreja Ortodoxa do Peru-Tradição canônica Síro-Ortodoxa Malankara Indiana”, diz trecho do documento.
A nota termina com uma passagem bíblica do livro Matheus: “Tudo que ligares na terra será ligado no céu, mas aquilo que desligarem na terra será desligado no céu. (Mateus 16:19)”.
Em meio à corrida presidencial, o vínculo religioso do então candidato foi questionado após a presença dele no debate realizado pela Globo. Na ocasião, a também candidata Soraya Thronicke (União Brasil) viralizou ao chamá-lo de “padre de festa junina”. Durante o encontro entre os presidenciáveis, usuários encontraram uma imagem de julho do ano passado em que Kelmon aparecia fantasiado de sacerdote dos festejos populares celebrados no Brasil. Como noticiado pelo GLOBO, a autoridade religiosa do baiano foi questionada por ele nunca ter sido sacerdote das igrejas da comunhão ortodoxa no Brasil.
Posteriormente, a instituição peruana confirmou o vínculo com o petebista, rompido nesta sexta-feira, data em que ele afirma ter pedido a entrada na Igreja Ortodoxa Grega da América e Exterior. Após o comunicado oficial, um usuário comentou a publicação da Igreja Ortodoxa do Peru no Brasil questionando se o Padre Kelmon “poderia continuar se apresentando em festas juninas”. A página da igreja respondeu que “não poderia responder essa pergunta. O senhor pode perguntar a equipe dele”.
No pleito de outubro, Kelmon substituiu o ex-deputado federal Roberto Jefferson na chapa do PTB e terminou em sétimo lugar na disputa, com mais de 81 mil votos. A troca ocorreu após o indeferimento do ex-parlamentar atualmente preso por ataques ao processo eleitoral e a ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No dia em que Jefferson resistiu à prisão em Levy Gasparian e lançou granadas na direção de agentes da Polícia Federal que cumpriam decisão judicial, Kelmon auxiliou na negociação de sua rendição.
O Globo