Em um reaquecimento das relações, além da viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China em março, o governo brasileiro está negociando com os chineses a retomada da antiga fábrica da Ford em Camaçari, na Bahia.
A montadora norte-americana, que também incluía bases nos municípios de Taubaté (SP) e Horizonte (CE), foi desativada em janeiro de 2021, e a ideia dos chineses é utilizar o espaço e o maquinário para produzir carros elétricos, segundo a revista Veja.
Camaçari é a quarta cidade mais populosa da Bahia e um importante polo industrial no Nordeste. A saída da Ford teve impacto brutal sobre a arrecadação tributária, a circulação de dinheiro e a atividade econômica do município, portanto, caso o governo Lula consiga levar a negociação adiante, será uma grande conquista para gestão sem nem mesmo chegar ao meio ano de mandato.
Segundo a mídia, Lula se equilibrará entre os interesses de duas potências que cada vez mais são observadas como opostas: Estados Unidos e China. No Palácio do Planalto, a missão oficial a Pequim, principal parceria comercial do Brasil, é tratada como estratégica.
De acordo com um ministro ouvido pela revista, "o Lula não está preocupado com a repercussão nos Estados Unidos dessa missão à China. Ele é pragmático e fala com todo mundo".
O próprio chanceler Mauro Vieira, em recente entrevista, disse que a ida do presidente ao país asiático é "um sinal político", conforme noticiado. Na viagem, há expectativa de acordos importantes nas áreas de agronegócio, infraestrutura e tecnologia.