Pessoas que participaram de um esquema ilegal de manipulação de de resultados de jogos de futebol fizeram "contato" com jogadores de oito torneios estaduais em 2023: Goiás, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Ceará, Sergipe e Bahia. Eles atuaram também nas Séries A e B do Campeonato Brasileiro do ano passado. Promotores do Ministério Público de Goiás (MP-GO) denunciaram 16 pessoas de envolvimento na manipulação de jogos de futebol no Brasil. Sete jogadores de futebol viraram réus
De acordo com informações publicadas neste domingo (14) pelo jornal O Estado de S.Paulo, apostadores lucraram centenas de milhares de reais em rodadas das séries A e B do Campeonato Brasileiro de 2022 e de torneios estaduais de 2023. Há indícios de fraude em 13 jogos, sendo oito da principal competição
São quase 2000 páginas de anotações, registros, prints de conversas no WhatsApp que retratam todo o esquema. O MP-GO começou um novo procedimento investigatório, que teve início após denúncia da operação fraudulenta feita pela diretoria do Vila Nova, clube goiano. A relação de jogadores envolvidos e de clubes que teriam sido prejudicados pela quadrilha pode aumentar
Em 4 de janeiro, Thiago Chambó, apontado como um dos líderes do esquema, disse em áudio, conversa com Bruno Lopes. "Maravilha, irmão", disse Chambó. "Vamos ver com quem a gente consegue casar. Eu tô com contato no campeonato mineiro, tô com contato no campeonato paranaense, tô com contato no campeonato paulista, tô com contato no campeonato baiano, tô com contato no campeonato, cearense", disse.
Lopez respondeu. "Não, é isso que eu ia te falar. Eu tenho aqui no mineiro, tenho no carioca, tenho no paulista, tenho nesse sergipano, tá ligado? E tenho no goiano".
Segundo as investigações, Bruno agia com sua mulher Camilla Motta. Advogado do casal, Ralph Fraga afirmou que "ainda precisa conhecer a íntegra do processo para se manifestar a respeito".
A defesa de Thiago Chambó, conduzida pelo advogado William Albuquerque de Sousa Faria, "lamenta a devassa feita na vida do seu cliente e reafirma que esclarecerá todos os pontos da acusação do Ministério Público".
Das nove pessoas apontadas como apostadores e financiadores do esquema, sete recorreram ao auxílio emergencial na pandemia do coronavírus. Receberam juntos R$ 39 mil entre 2020 e 2021. Alguns indevidamente, pois relataram renda superior a R$ 10 mil e tinham trabalho, bens e empresas.
Fonte: Brasil 247