A Prefeitura de João Pessoa determinou a abertura de uma sindicância interna para apurar a denúncia feita pelo diretor do Hospital Ortotrauma de Mangabeira, o Trauminha, Alexandre Cesar da Cruz, sobre a extorsão de servidores, inclusive médicos, a pacientes que precisavam de cirurgias na unidade.
A investigação, sigilosa, será conduzida pela Secretaria de Saúde do Município. Ainda não há prazo definido para conclusão da apuração.
O diretor do Hospital Ortotrauma de Mangabeira, Alexandre Cesar da Cruz, acusou médicos e outros profissionais que trabalham na unidade de saúde de extorquir pacientes para tratamento particular que custa em média R$ 4 mil.
Segundo Alexandre, há cerca de um ano e meio diversos servidores do hospital estão “ofertando” o serviço sob o argumento de que um procedimento, como cirurgia, poderia demorar, levando a população a querer buscar atendimento privado, principalmente em cirurgias. Cerca de 20 trabalhadores foram identificados e exonerados.
“Esclareço que todo mundo tem direito a cirurgia e se alguém fizer isso de pagar [a cirurgia], estará ajudando ainda mais os criminosos. São bandidos que se aproveitam da angústia de um paciente, mentindo, dizendo que não tem material. Imagina a situação de fragilidade, você esperando uma cirurgia e diz que ela vai demorar dois meses porque não tem material? Ou seja, mentindo para extorquir”, disse Alexandre.
“É um caso desumano e de Polícia”. Essa é a avaliação do prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), sobre a denúncia apresentada pelo diretor do Ortotrauma de Mangabeira, Alexandre Cesar da Cruz, sobre a extorsão feita por médicos e servidores da unidade para que pacientes peçam alta do hospital e se submetam a cirurgias particular, pagando do bolso os procedimentos.
“Alexandre, com os seus esforços, tem feito com que o Trauminha cumpra o seu papel e ele tem consigo avançar nisso. Porém, tem encontrado algumas residências. Como ele já disse, tomou as providências que precisam ser tomadas. Isso pra mim é um caso desumano e de Polícia”, avaliou Cícero.
O Conselho Regional de Medicina na Paraíba (CRM-PB) afirmou que até o momento não existem denúncias sobre a participação de médicos no esquema de extorsão denunciado pelo diretor do Trauminha, Alexandre César, para que pacientes pagassem por cirurgias.
Segundo a denúncia, profissionais aliciavam pacientes para agilizar alta e fazer o procedimento em clínica privada. O CRM afirma que em um ano e meio foram afastados 20 profissionais por este motivo, nenhum deles médico.
“O Conselho Regional de Medicina acompanhou a fala do doutor Alexandre César, diretor do Trauminha, e reafirma: cobrar por um procedimento a um paciente que está internado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é crime. Qualquer pessoa, independente da profissão, que esteja fazendo isso, aliciando ou coagindo pacientes para fazer esse tipo de procedimento privado, quer seja em um hospital ou clínica, onde o hospital público deveria dar assistência, essas pessoas precisam ser denunciadas”, explicou o diretor de Fiscalização do CRM-PB, Bruno Leandro de Souza.
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