Em visita da Defensoria Pública do Distrito Federal ao Centro de Detenção Provisória II, no Complexo Penitenciário da Papuda, os presos pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro relataram que o atendimento médico a Cleriston Pereira da Cunha foi demorado, que não havia equipamento de reanimação no local e que a equipe médica que poderia efetivamente salvá-lo demorou cerca de 40 minutos para chegar ao local. Na última segunda (20/11), o homem, conhecido como Clezão, morreu em decorrência de um mal súbito enquanto tomava banho de sol.
A descrição está presente em um relatório da DP-DF. "Os presos, em uníssono, por sua vez, disseram às duas defensoras públicas presentes que o atendimento ao preso foi demorado. Que não havia desfibrilador no local, tampouco cilindro de oxigênio."
Os presos contaram que a policial penal que tomava conta deles entrou em desespero por não saber como apoiá-lo e passou a enviar mensagens, solicitando ajuda. Informaram que os próprios colegas de ala tentaram reanimá-lo, pois um deles é médico e o outro é dentista. Nesse momento, segundo os presos, Cleriston teria conseguido voltar a respirar.
Segundo os presos, depois de 25 minutos, apareceu uma médica com estetoscópio e aparelho para medir pressão arterial. A Defensoria ressaltou que dia 20 de novembro foi ponto facultativo no Governo do DF, o que fez com que a Gerência de Assistência ao Interno (Geait) estivesse fechada.
"Por fim, destacaram que somente depois de, aproximadamente, quarenta minutos, o atendimento médico que poderia efetivamente salvá-lo chegou, mas Cleriston Pereira da Cunha já havia falecido", diz o relatório.