São Paulo – O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luis Roberto Barroso, negou que o ato bolsonarista do último domingo (6/4) irá influenciar nos julgamentos da Corte. O magistrado foi questionado após participar de um painel sobre segurança jurídica em uma feira de construção civil, a Feicon, e negou com a cabeça que a manifestação convocada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro tenha exercido pressão sobre o STF.
Após a publicação da matéria, a assessoria do presidente do STF afirmou que o gesto negativo com a cabeça foi que o ministro não iria responder à pergunta da reportagem.
O Supremo Tribunal Federal julga tanto os envolvidos na invasão às sedes dos Poderes da República em 8 de janeiro de 2023 quanto o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais de 30 aliados por tentativa de golpe de Estado. O ato no último domingo na Avenida Paulista, em São Paulo, pretendia exercer pressão sobre o Congresso para dar celeridade à tramitação de um projeto de lei que propõe a anistia das pessoas envolvidas nos atos. Os julgamentos ainda estão em andamento, no entanto, mais de 500 pessoas já foram condenadas.
Aliados de Jair Bolsonaro acreditam que a aprovação do projeto de anistia pode, de alguma forma, ajudar o ex-presidente no julgamento da Corte, uma vez que as denúncias são relacionadas. De acordo com a Procuradoria-Geral da República, a organização criminosa que tentou dar um golpe de Estado no país tem relação direta com os atos antidemocráticos de 8 de janeiro.
“A atuação da organização criminosa investigada foi essencial para a eclosão dos atos depredatórios”, escreveu o PGR, Paulo Gonet, em um parecer solicitado pelo relator do caso, Alexandre de Moraes, no ano passado.